quinta-feira, 26 de maio de 2011

'Quem precisa de escola em tempo integral no Brasil é professor, não aluno'

Olá pessoal,

compartilho com vocês reportagem da Veja.online que encontrei durante um trabalho para a Licenciatura.  Gostei do ponto de vista proposto, saindo um pouco do lugar comum em culpabilizar Governo ou aluno... Acredito que a formação continuada é fundamental para uma mudança na Educação brasileira... Espero que gostem da reportagem e caso sintam-se mobilizados postem seus comentários.


http://veja.abril.com.br/noticia/educacao/quem-precisa-de-escola-em-tempo-integral-no-brasil-e-professor-nao-aluno

quarta-feira, 25 de maio de 2011

A liderança se dá pelo exercício de ações impecáveis.


Liderança: arte de conduzir seres humanos na construção de um determinado futuro desejado por todos, decorre de uma série de relações entre pessoas e linguagem. As ações humanas iniciam-se e realizam-se através de conversas, por isso, líderes devem ser peritos na observância das conversações e emoções construindo um clima favorável, em que o grupo esteja motivado, confiante, sentindo-se capaz e com altas expectativas, numa gestão impecável e fundada em alianças significativas.

Esta observação, no entanto, deve ser cuidadosa para que o líder consiga definir o que é real e o que faz parte do imaginário, levando-se em conta também o contexto nas quais as falas estão inseridas e verificando-se a veridicidade contida nas falas/ações observadas.

 As ações tornam-se impecáveis quando o líder consegue coordená-las em um clima de confiança e envolvimento das partes interessadas. Desta forma, podemos dizer que a liderança manifesta-se nas ações cotidianas e nas relações entre os indivíduos, sendo os líderes pessoas que se utilizam, mesmo que inconscientemente dos “atos da fala” (petições, ofertas, promessas, declarações e juízos).  

Na busca/construção de uma liderança impecável, o líder pode passar por diferentes situações em que sua observação ou sua percepção sobre a realidade não foi à verdadeira/correta, mas feita segundo seus juízos e valores, levando a estados de ânimo e atos da fala que poderão gerar novas realidades (nem sempre de melhor qualidade), como no caso das chamadas profecias autorrealizáveis.

No livro Bases da Liderança Escolar, Rojas e Gaspar, (2006) pontuam sabiamente que “(...) los seres humanos vemos nuestras emociones afectadas por el lenguaje, el lenguaje nos afecta, lo que nos dicen nos provoca emociones, lo que decimos emociona a los demás.(...)” desta maneira pode-se dizer que compete ao líder utilizar-se da linguagem para mobilizar nas pessoas o desejo em mudar a realidade em quem estão inseridos por meio da  coordenação de ações, uma vez que a linguagem antecede qualquer ação e que “(...) los seres humanos vamos construyendo nuestro futuro mediante conversaciones(...)” .

As reflexões realizadas por diversos autores destacam a importância do líder exercer um papel de mediador, conciliador, parceiro, dinâmico e integrado com as funções, responsabilidades e objetivos para que possa enfrentar todos os desafios que decorrem de sua função.               

Pensando nessas relações e mais precisamente na questão da Educação, não posso deixar de citar Maturana que aborda a Biologia da Educação e reforça que a linguagem não se dá no corpo como um conjunto de regras, mas no fluir de coordenações consensuais de conduta, isto é, nos espaços de convivência. Sendo assim, vamos avançando, pois muito mais do que linguagem e ações, o comportamento e conduta do líder são fundamentais para estabelecer a relação com o grupo, ou seja, a verbalização e a postura corporal devem ser uma só.

Quando falo de relações não posso deixar de citar emoções, amor e ética, itens imprescindíveis para ação do líder. É fundamental para ação do líder muito mais do que conhecer a parte administrativa e funcional, principalmente da escola que é o meu ponto de discussão, reconhecer o papel das emoções, do amor e da ética, porque como seres humanos, isso estabelece e dá crédito nas relações. Compreender que a linguagem é responsável pela construção de possibilidades e caminhos, e que esta transpassa pela emoção é fundamental para um líder que deseja despertar em seu grupo o desejo em oferecer um trabalho de qualidade seja em qual esfera for.       

No decorrer desta reflexão, gostaria de destacar que quando falo desses sentimentos, não estou me referindo a atitudes paternais / maternais, mas principalmente em possuir uma linguagem de “colocar-se no lugar do outro” e desta forma perceber e utilizar adequadamente as emoções que surgirem. Pontuo a necessidade do líder ter uma visão sistêmica e capacidade em trabalhar em rede, compartilhando conhecimento e com uma leitura do funcionamento do grupo, visualizando inclusive sua conduta diante das ações do cotidiano.

O clima escolar é da responsabilidade dos gestores, e sem dúvida para a sua construção é necessário confiança. O livro Bases da Liderança Escolar, pontua a importância da criação de um clima de confiança, associando a motivação e entusiasmo que o líder deve desenvolver para a coordenação de ações de modo impecável. O clima de confiança traz para todos envolvidos a certeza de uma educação de qualidade e a segurança necessária para a atuação e o repensar diário de questões como: que tipo de Educação estamos oferecendo? Que tipo de aluno estamos preparando? Qual o foco do nosso trabalho enquanto educadores? E tantas outras que possam surgir no caminho.

Encerro destacando que o papel do líder é como o regente de uma orquestra, que diante de novas situações deve manter a harmonia: linguagem, ação, emoção e finalmente confiança.